A doçaria sempre fez parte da vida de José Ricardo Ferreira, ou não fosse o seu pai, José Carlos Ferreira, um verdadeiro pioneiro no mundo da pastelaria tradicional. Chegou até a conquistar dois recordes do Guiness: o maior chouriço do mundo em 2003 e a confecção da maior broa, em 2005.
José Carlos, hoje com 55 anos, começou cedo a trabalhar em pastelarias locais e fez de tudo para aprender com os melhores. Há mais de quatro décadas que trabalha para aprimorar as receitas tradicionais que foi aprendendo.
Um grande exemplo disso é a popularização do doce Viriato, em Viseu, como nos conta o filho, de 26 anos. “Nos anos 90, o meu pai decidiu transformar o doce, que é composto por uma massa leve, e adicionar o doce de ovo como forma de lhe conferir um pouco de cremosidade. Esta é a versão que conhecemos hoje e foi muito bem aceite na região de Viseu”.
No último ano, a família Ferreira dedicou-se a participar em alguns concursos nacionais e internacionais de doçaria tradicional portuguesa. Passaram também por diversos pontos do País, com os seus doces, vendendo em alguns eventos. No entanto, nunca abriram uma pastelaria em nome próprio. Até este ano.
O dia 12 de dezembro marca o início de uma nova era os os Ferreira. Apesar de serem naturais de Viseu, decidiram abrir a Doçaria da Praça em Coimbra. “Moro em Coimbra há cerca de oito anos e uma vez que a cidade é considerada uma das capitais da doçaria tradicional portuguesa, faria todo o sentido fazer esta aposta”, conta José Ricardo à NiC.
Neste espaço, o conceito é simples: “preservar as receitas e os métodos tradicionais da doçaria portuguesa”, afirma. Ali, todos os doces são feitos por José Carlos da forma mais artesanal possível, “sem congelados e produtos pré-feitos”, garantem. A família considera essencial preservar as boas matérias-primas portuguesas, uma vez que só assim é possível ter um resultado “verdadeiro e bem conseguido”.
“O nosso lema é, precisamente, o sabor da tradição pelas nossas mãos”, diz o jovem responsável. Este é apenas o primeiro projeto da família Ferreira, que mais tarde pretende apostar noutras zonas do País.
A remodelação do espaço foi feita em três meses, com o objetivo de trazer à cidade um ambiente despretensioso e simples, à semelhança das padarias que se encontravam no final do século passado.
“Queremos trazer a verdadeira pastelaria portuguesa, com pequeno-almoço simples e, no fundo, que seja um espaço onde os clientes se sintam em casa”. E também que seja acessível: “O que antes era um hábito, agora tornou-se um peso na carteira. A missão é tornar a pastelaria acessível a todos e que volte a fazer parte do dia-a.dia de cada um“, explica José Ricardo.
No mundo da padaria, há broas desde 3,99€ ao quilo, baguete rústica (3,95€/quilo), moleirinhos (2,75€/quilo), bagel (0,9€), pão caseiro (3,95€/quilo) e ainda pão de água (3,75€/quilo). Na pastelaria tradicional, pode encontrar a barriga de freira (1,9€), bolo da praça (1,5€), bolo de ançã (3,95€), castanhas de ovos (1,3€), cavacas (16,9€), queijadas de Tentúgal (1,8€), rotundinhas de Viseu (2,8€) e ainda, suspiro merengado (4,9€).
Para um almoço rápido, tem ainda sandes, bagels ou croissants folhados, cujo preço varia entre 1,20€ e 3,95€, dependendo do recheio que escolher. Nos salgados, há ainda chamuças, croquetes, pastel de bacalhau e rissol camarão (1,45€), folar Beirão (18,5€) e ainda rissol de leitão (1,7€).
Carregue na galeria para conhecer a nova pastelaria em Coimbra.
