Quer ser o melhor restaurante de Coimbra e está prestes a abrir na zona da Sé Velha, com um conceito de cozinha tradicional japonesa inédito em Portugal. O MA promete ser uma experiência única num espaço pensado ao pormenor, de onde não vai sair indiferente.
Totalmente focado no Japão, tem 12 lugares ao balcão para o menu Omakase, em que o cliente se entrega às decisões do chef, e mais 18 lugares sentados para pedidos à la carte. A curiosidade é tanta que as primeiras três semanas após a abertura, que deverá ocorrer em meados de novembro, já têm reservas suficientes para lotar o espaço. Se quer ser dos primeiros a ir, ponha-se na fila.
MA é uma palavra japonesa que significa “o espaço em branco, o espaço vazio intencional numa obra de arte tão importante como o objeto, a pausa momentânea no discurso que liga as palavras conferindo-lhes sentido e o silêncio entre notas que cria música. É um elemento invisível e essencial que mede o tempo e o espaço entre tudo”, explica à New in Coimbra Luís Martins, 33 anos, natural de Arganil, e um dos mentores do projeto.
O símbolo nipónico combina uma porta e o sol e juntos significam o raio de luz que espreita pela fenda da porta, uma porta de luz que permite crescimento, desperta criatividade, permite liberdade e possibilidade, revelando um poder ilimitado onde uma história começa. Neste caso, MA é também o espaço e confiança entre o chef e os seus convidados. E é por isso que o slogan do restaurante ficou “The Space Between”.
Situado no número 13 da Rua do Norte, mesmo por trás da Sé Velha, o MA é inteiramente especializado na gastronomia tradicional japonesa. A Luís Martins que, em Coimbra, já criou o Notes Bar & Kitchen, na Rua Doutor Manuel Rodrigues, depois de ter vivido dez anos em Londres onde trabalhou em espaços, com estrelas Michelin, como Dinner By Heston, Club Gascon, Angler, juntou-se o chef Ricardo Casqueiro, 38 anos, de Almeirim, com vários anos de experiência em Tóquio e a empresária lisboeta Cristina Möller, ex-modelo e ex-apresentadora de televisão.
“Começámos a conversar e sentimos que havia falta de um bom restaurante tradicional japonês em Coimbra. Vamos valorizar muito o que é diferente e o que é de qualidade”, adianta Luís Martins à NiC, revelando que uma das inovações será a utilização inédita de peixe da costa portuguesa maturado, mas também o recurso ao arroz do Baixo Mondego para algumas peças de sushi.
Na carta haverá “sushi à séria”, caviar, atum rabilho e Balfego, Kobe beef, espetadinhas em binchotan (carvão japonês). “É uma ementa muito baseada na sazonalidade”, explica o responsável, falando da preocupação em “aproveitar o peixe do rabo à cabeça, para um desperdício zero e garantindo a máxima sustentabilidade”.
A carta de sobremesas está a ser desenhada por Fernanda Ferrão, que foi pasteleira no Oteque, no Rio de Janeiro. A garrafeira conta com 250 referências de vinhos de oito países. “São produtores pequenos, com vinhas genuínas, de pessoas verdadeiras, que expressam o terroir”, diz Luís Martins. Os sakés também não podiam faltar e haverá uma carta de chás, apresentada na mesa, assim como café de filtro, moído na hora. “São pormenores que não vai encontrar em mais nenhum lugar”, garante.
O espaço, que está a ser minuciosamente desenhado por Filipe Álvaro, terá também uma zona de bar, onde haverá cocktails preparados por Telmo Almeida, que também já percorreu vários restaurantes do mundo. Quem for ao MA vai “entrar numa experiência”.
O restaurante, que tem sido pensado ao pormenor ao longo do último ano, está instalado num edifício “muito antigo” em que o próprio percurso do cliente até lá chegar já integra o conceito. O spot é escuro e a aventura começa logo assim que se abre a porta. “Tudo está a fazer sentido. Mandámos fazer cadeiras específicas, a madeira, as cores, os tecidos, a louça exclusiva cozida com uma técnica japonesa em que nenhuma peça é igual à outra”, descreve o empresário. “Perdemos a cabeça”, resume.
“Queremos ser o melhor restaurante da cidade, sim, mas acessível a todos”, avisa Luís Martins. O preço vai depender da experiência e do gosto do cliente. A conta pode variar entre os 15€ e os 800€. “Se optar por cavala paga um valor, se escolher o atum Balfego paga outro, mas será sempre uma experiência única”, remata.
Se já está curioso, saiba que não é o único. Apesar de ainda não ter aberto, o MA já tem os lugares esgotados para as primeiras três semanas. Se quer mesmo conhecer, pode fazer uma pré-reserva através do Instagram.
