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Chá das cinco com sete vidas? No Pet & Tea é possível

Abriu há cinco anos e, neste momento, é o cat café mais antigo de Portugal. Fica em Coimbra e tem gatos para adoção.
O café também é pet friendly.

“Uma grande amiga minha tinha medo de animais, nunca tinha tido contacto com eles, e, quando cá veio, saiu daqui com um gato. Agora é uma autêntica mamã: na primeira noite telefonou-me a chorar, a pensar que o gato estava a morrer porque estava a fazer um barulho, que era o ronronar — e ela não sabia o que era aquilo”, conta Mariana Pereira, proprietária do Pet & Tea, o mais antigo dos três cat cafés abertos no País.

Os animais têm esse poder sobre nós. E nós temos o poder de os salvar quando eles mais precisam. Mas só algumas pessoas levam realmente a cabo essa missão. Mariana é uma delas e, mesmo antes de abrir o seu próprio cat café, já trabalhava em prol da causa animal. 

“Há seis, sete anos, estava à procura de criar o meu próprio emprego e na altura fazia voluntariado animal com associações. Eu queria abrir qualquer coisa dentro da minha área de preferência, relacionada com cafés, mas queria aliar ao meu trabalho de voluntariado; um trabalho não só pelo salário, mas alguma coisa que me orgulhasse na minha vida”, começa por explicar a proprietária e gerente do Pet & Tea. “Foi mesmo a vontade de criar o meu emprego emprego e de ser uma coisa que eu me visse a fazer para o resto da vida”, confessa.

O que marca a diferença entre um cat café e os demais meramente pet friendly é que naqueles há gatos residentes disponíveis para adoção. “O conceito já existe por todo o mundo, em Portugal é que ainda estava por explorar”. Foi há cinco anos que este café abriu portas em Coimbra, na altura o segundo inaugurado em Portugal. O primeiro, aberto em Lisboa, fechou entretanto, o que faz do Pet & Tea o que está há mais tempo em atividade dos três que hoje existem. Os outros dois ficam no Porto (O Porto dos Gatos) e em Braga (Cat Coffee Braga).

De resto, são também pet friendly, e no caso do Pet & Tea há “biscoitos e rações” para os clientes felinos. “Nós temos o sinal na porta: os clientes são convidados a trazerem os seus animais, de trela ou caixa transportadora, e só não podem entrar na zona dos gatos”, informa a gerente, apesar da clientela de quatro patas ser esporádica.

À vertente de abrigo acrescem requisitos legais neste tipo de estabelecimentos. “A primeira parte foi falar com a ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] para saber quais as regras que eu tinha de seguir”, explica Mariana. “Na altura a inspetora principal da ASAE também trabalhava num canil e esclareceu-me todas as dúvidas sobre como montar um espaço destes”, acrescenta. 

Abriu, assim, o seu espaço, com o objetivo de acolher gatos para estes poderem ser adotados. O trabalho com associações animais é essencial neste âmbito, mas não foi a primeira porta a bater. “Na verdade, o trabalho com as associações foi das últimas coisas a fazer, porque o que não faltam são animais a precisar de casa”. E algumas dessas portas não chegaram a abrir: “Algumas associações não acharam muita piada à ideia e houve outras que estiveram muito abertas”, revela.

O que é facto é que estabeleceram relações com algumas associações, e os primeiros gatos vieram dessas instituições: “Na altura ficámos com um gato de cada associação com quem tínhamos parceria”. Começaram por ter cinco, mas um morreu entretanto. 

Hoje, o número de gatos para adoção no café varia constantemente, mas os residentes por lá permanecem. “Temos os da casa, que estão sempre presentes — foram resgatados, vieram de associações parceiras —, e vamos aceitando periodicamente gatinhos para adoção. Ainda agora chegou uma bebé”, anuncia a proprietária. Ao que parece, interrompemos uma sessão fotográfica da nova inquilina. 

Eles vão entrando e saindo, consoante as adoções. “Hoje chegou uma, era suposto chegar mais uma; para a semana chegam três…”, todos com vista ao acolhimento de uma nova família. Mas esse processo tem de ser definitivo. “Nós não pomos os animais em stand by, não há aqui reservas”, avisa Mariana Pereira. A vontade inequívoca tem de ser evidente desde logo. “Nós queremos é que os animais sejam adotados e depois descartados, eles não são objetos”, remata.

Carregue na galeria e conheça alguns dos gatos adotados no Pet & Tea.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua João Cabreira, 4
    3000-142 Coimbra
  • HORÁRIO
  • Terça-feira a sábado das 12h às 19h
PREÇO MÉDIO
Menos de 10€
TIPO DE COMIDA
Pastelaria

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