As festas temáticas de sexta-feira e sábado são as novas apostas da Casa das Caldeiras, em Coimbra. Dirigido a um público entre os 30 e os 50 anos, estes eventos têm vindo a conquistar cada vez mais pessoas, sendo já um dos locais mais frequentados da cidade naqueles dias. Para celebrar o sucesso, a gerência deste espaço junto à sede da Associação Académica de Coimbra (AAC) decidiu convidar para este sábado, 11 de março, em que se assinala um ano após a reabertura do espaço, dois DJ — Ultra Flava e Oskar DJ.
No edifício que albergou a central térmica do antigo Hospital da Universidade de Coimbra, e que sofreu obras de requalificação da autoria de João Mendes Ribeiro e Cristina Guedes, as novidades passam por uma nova carta onde constam os hambúrgueres Bomba, Caldeirada e Fornalha (feitos com carne 100 por cento de vaca) e o vegetariano. Se optar por este tipo de refeição, o preço ronda os 10€.
O objetivo, segundo o sócio Nuno Botelho, é chegar a um outro tipo de público que frequenta o espaço de ligação à Alta da cidade. Frequentado durante o dia por muitos estudantes da Universidade de Coimbra, que ali podem estudar e aproveitar o wi-fi gratuito, a Casa das Caldeiras ganha uma nova vida ao jantar com a realização das tradicionais refeições onde o leitão assado do Musgasa é bastante requisitado. “É uma casa muito apetecível para qualquer tipo de festa”, referiu o sócio Nuno Botelho. Neste caso, o menu sobe para os 30€.
Sala do Carvão
Em breve, o espaço passará a contar com uma zona de espetáculos na antiga Sala do Carvão. O equipamento já está instalado e, após a concessão da licença, terão lugar concertos com músicos novos ou que sejam conhecidos de Nuno Botelho e ainda “muito” Fado de Coimbra. Ou não tivesse este sócio uma forte ligação à música tradicional conimbricense. No caderno de encargos dos novos gerentes, recorde-se, está a “obrigação de promover o Fado de Coimbra, envolvendo também a secção de Fado da Associação Académica e outras seções culturais”, disse o reitor Amílcar Falcão.
Antes de chegar à Casa das Caldeiras, Nuno Botelho passou pela “Faculdade da Cerveja”, a discoteca “Vinil”, a casa de fado “àCapella”, “República da Saudade” e “Casa dos Pregos”. Um projeto onde tem como sócio João Simões, que é o responsável pelo “Franguinho de Celas”. Os dois juntaram-se a Ricardo Nogueira, que é o proprietário do restaurante “Musgasa”, para assumir este projeto que tem correspondido às expetativas. “O balanço é muito positivo”, afirmou à New in Coimbra Nuno Botelho.
Esplanada no verão
Nos dias mais frios, o aquecimento ajuda a aconchegar o espaço, mas quando está calor a preferência vai para a esplanada situada na frente do edifício histórico. Trata-se de um dos poucos exemplares de património industrial da cidade. A Casa das Caldeiras foi construída em 1941 e ali foi instalada a maquinaria que gerava energia térmica para os antigos Hospitais da Universidade de Coimbra.
No interior, foram mantidas muitas das caldeiras adquiridas à firma inglesa S.E. de C. Babcock & Wilcox, em 1939, entre outros equipamentos. Todos eles foram mantidos na altura do projeto de requalificação pelo arquiteto João Mendes Ribeiro. “A sua configuração pavilhonar, de forte caráter utilitário, revelava uma escala que, potencialmente, acertava com a envolvente, condição que os arquitetos interpretaram nas suas propostas”, afirma Ana Vaz Milheiro na revista “Rua Larga”.
No início da década de 90, acolheu o Centro de Artes Visuais, que mais tarde se mudou para o Pátio da Inquisição. Depois, “o edifício encontrou uma nova função, tornando-se sede do Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra”. Antes de ser entregue a Nuno Botelho, João Simões e Ricardo Nogueira, a Casa das Caldeiras teve uma primeira vida na área da hotelaria, mas um litígio entre a UC e a anterior gerência obrigou ao seu encerramento durante três anos.
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