Aos 31 anos, Ana Ferreira decidiu trocar a Serra de Arouca por Mouronho, Tábua, em maio do ano passado. Esta mudança foi motivada pela vida pessoal e um projeto pensado a dois. No entanto, apesar de meses mais tarde ter ficado sozinha, não desistiu do sonho de abrir um espaço no distrito de Coimbra.
Antes de enveredar no ramo da hotelaria, Ana completou um curso de construção 3D de equipamentos, ainda que nunca tenha exercido essa profissão. “É um espírito livre e apaixonou-se por este mundo em 2020”, explica Diogo Filipe, amigo e gestor de marca da nova taberna. Nesse ano, Ana abriu o primeiro negócio em Arouca, negócio que ainda se encontra em funcionamento Porém, as circunstâncias mudaram e obrigaram-na a mudar de cidade e de vida.
Ambos conheceram-se durante o verão passado, uma vez que Ana trabalhou uns meses para um dos estabelecimentos de Diogo. “Depois de acumular algumas poupanças, a ideia de criar um espaço de petiscos tradicionais e a alma portuguesa manteve-se”, explica. Ao mesmo tempo, é um local seguro para os jovens que, por norma, não encaram as tascas tradicionais como espaços de convívio.
Apesar de estar sozinha neste projeto, Ana decidiu seguir em frente. “Não é muito comum uma mulher reabilitar um espaço totalmente sozinha, mas foi o que aconteceu, ainda que não seja visto com bons olhos numa pequena aldeia como é Mouronho”, explica. Como o espaço era antigo e estava muito degradado, as obras duraram cerca de cinco meses.
“Como este é um meio pequeno, sempre que abre ou fecha um café ou restaurante, a comunidade ressente-se muito. E foi o que aconteceu neste caso, a Ana veio colmatar uma falha na oferta e dar uma nova vida à zona”, salienta Diogo. A Toca do Lobo abriu no dia 2 de fevereiro e Ana é a única envolvida, desde a cozinha ao serviço de mesa.
Este é um nome curioso que representa, tanto a proprietária como o processo de mudança da sua vida. “O objetivo é criar uma comunidade de pessoas exatamente como ela, genuínas e verdadeiras. Ela vê-se como uma pequena loba que veio da Serra da Freita para a Serra de Açor e esta é a sua pequena toca”, afirma Diogo.
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O principal foco do espaço não é a comida tradicional nem as bebidas, mas sim as pessoas. “Aqui há imensos restaurantes tradicionais e de comida portuguesa, no entanto, a Ana pretende ser mais que isso. O objetivo principal é aproximar as pessoas, criar uma comunidade aberta e livre, sobretudo pensada nos jovens, que sentem a necessidade de ir para as grandes cidades sempre que se querem divertir”.
Diogo considera que a personalidade é o grande fator diferenciador do espaço. “A Toca é uma experiência que invoca o lado humano, é algo leve e simples. Toda a gente é capaz de fazer uma tábua de queijos, não é uma ciência. É um sítio silencioso e calmo, que dá para acalmar da correria do dia a dia”, explica.
Na taberna pode encontrar os mais diversos petiscos. Há vários tipos de sandes, desde marmelada de queijo (2€), de presunto e ovo (3€) ou de salpicão (2,5€). Na secção das tostas, há tosta de abacate e geleia de vinhão (4€), de abacate de tomate cherry (4,5€) ou ainda de presunto e queijo (3,5€).
Também há tábuas de queijos e enchidos, como a tábua de Romeu e Julieta (4,5€) ou de queijo e presunto (6,5€). Nos petiscos têm ainda amendoins e tremoços (1,5€), chouriça assada (7€) e alheira de forno (4€). Para acompanhar todos os pratos, há vinhos, cervejas artesanais, bebidas espirituosas e sumos.
Carregue na galeria para conhecer a Toca do Lobo, em Tábua.